SMB: sai encanador italiano e entra garoto sem pele
SMB é a sigla para Super MarioBros. O encanador italiano, desde quando protagonizava máquinas de fliperama como
Donkey Kong na década de 80, consolidou o gênero de jogos de plataforma, em que
o jogador controla um personagem que saltita de um ponto para outro, destrói ou
salta inimigos e precisa chegar a algum lugar. Nosso caro Mario estava de olho
em salvar a mulher em apuros e, mais tarde nos cartuchos para videogame
Nintendo, ganhar um bolo ao resgatar a princesa que estava sempre em outro castelo.
SMB é a sigla para Super Meat Boy e esta não é uma coincidência. O jogo indie aclamado pela crítica e sucesso de
vendas foi lançado inicialmente para XBOX 360 em 2010 e mais tarde para PC. Muito se inspirou no
Mario, mas com elementos distintos. Se os games da série Mario tinham um
cenário e roteiro que eram uma fofurinha só e de tão doces poderiam deixar o
gamer hiperglicêmico depois de 3 horas de partida, Super Meat Boy traz sangue,
violência animada, cenários soturnos, paródia a jogos clássicos e uma trilha
que mescla guitarras, sons eletrônicos e beeps de videogames antigos. E é sobre
o Super Meat Boy que comento nesta resenha.
Para começar, no lugar do bigodudo
pula-pula, o protagonista é um simpático bonequinho, representando um garoto que
não tem pele e deixa um rastro vermelho por onde passa. Maneiro, né? Quanto à
princesa ou dama em perigo, encontramos aqui uma garota cheia de bandagens. Poderia
ser uma múmia, mas ela é muito bonitinha, tem olhos bem vivos e espera pelo
herói ao final de cada fase.
Segundo um dos criadores, Super
Meat Boy é desse jeito, sem pele, porque ele é bem frágil e seu amor pela
heroína, bandage girl, é por ela complementá-lo, como toda história de amor
deve ser.
O que os dois games têm em comum?
Tremendamente difíceis e divertidos!!! A vida é ainda mais frágil em Super Meat
Boy, já que tocar em qualquer inimigo ao longo da fase leva ao despedaçamento
do herói. Não se preocupe! Deve doer, mas ele se recompõe no começo da fase
para tentar novamente!
Nos vídeos, é possível ver quantas milhares de vezes você perdeu na fase até conseguir. |
Participação de outros heróis de jogos indie. |
Paredes que desmoronam e uma heroína indefesa. |
Há outras diferenças importantes,
entre elas a agilidade do personagem
e o ritmo acelerado do jogo.
- “Eu me viro para chegar lá” - Super Meat Boy corre por blocos que desabam, salta lâminas circulares e escala paredes verticais meio que grudando e saltando novamente sobre a mesma superfície. Ele não atira nem arremessa nenhum objeto, é incapaz de voar e não tem salto duplo. Embora não arremesse shurikens, Super Meat Boy poderia usar roupa de ninja, mas ela provavelmente ficaria grudada no corpo.
- Rápido, rápido - Cada fase do Super Meat Boy é bem curta, com um mapa enxuto, em que se fecha em segundos e, estourando, em pouco mais de um minuto, enquanto o herói ítalo-nipônico enfrentava níveis mais extensos. Por conta disto, Super Meat Boy pode ser encarado como um game casual para se brincar por minutos ou horas e deixar de lado para retomar em outro momento. Com certeza, o game vai exigir muito do gamer enquanto estiver brincando, mas se ele tiver de parar, sem problemas! A trilha sonora, que já comentei aqui, também contribui para o clima acelerado.
Essas lâminas não são para se barbear. |
Super Meat Boy é uma homenagem a
diversos jogos clássicos de videogame e fliperama. Jogadores mais saudosistas
encontrarão referências a Castlevania e Street Fighter nas introduções aos
capítulos. Mesmo sem essa bagagem em jogadores mais novos, o game segue
divertido, assim como suas cutscenes.
Sua dificuldade inspirou uma
produção em massa de vídeos
no YouTube sobre o desespero de jogadores em tentar superar as fases. Quando uma
celebridade fez um vídeo desses - acho que foi um rapper -, então o game bombou
mais ainda em vendas. Resultado: a dupla de desenvolvedores realizou sonhos
pessoais. Um comprou uma casa própria com a esposa e o outro quitou a dívida
imobiliária que a família tinha na residência onde viviam. Fiquei sabendo disto
no fantástico filme Indie Game,The Movie, para o qual meu colega Robson França colaborou.
Dica: use controle USB se possível. Só precisa usar dois botões e o
direcional. No teclado também é possível jogar, mas fica meio difícil às vezes.
O que tem de bom
- Gráficos;
- Humor negro;
- Esquecer de tudo enquanto se joga;
- Jogabilidade show de bola.
O que não é tão bom
·
Nada. Se você não gostou de algo neste game, comente
neste post.
Conclusão
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Compre e jogue.
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